No limite do controle... E da paciência do jogador.

Baja: Edge of Control tenta — sem sucesso, infelizmente — colocar os gamers no controle de veículos emocionantes, capazes de superar obstáculos incríveis criados pela própria natureza. Modificar o carro é essencial para que haja um controle ainda mais preciso dentro dos desafios variados.
Vencendo as etapas propostas, o jogador tem a oportunidade de receber créditos (Credits, a moeda do game) e pontos de experiência de acordo com o desempenho realizado. Quanto melhor a posição do competidor dentro das corridas, melhor a colocação dentro dos campeonatos e, consequentemente, mais dinheiro e pontos de experiência são adquiridos.
Enquanto os pontos de experiência são necessários para a participação em determinados eventos, os Credits servem para que o gamer tenha a oportunidade de comprar novos veículos e melhorar os que já estão na garagem. Nos níveis mais elevados de dificuldade, é muito importante configurar os carros apropriadamente, visto que a inteligência artificial (IA) do jogo não perdoa.
É importante mencionar que a jogabilidade é mistura aspectos de simulação com controles arcade. Por padrão, a troca de marchas é automática, mas empregar a embreagem é útil em determinados momentos. No mais, os comandos são extremamente simples. Ainda assim, são necessários vários minutos para que o jogador se acostume com a estranha jogabilidade.
Quer uma ideia de como são as corridas de Baja? Bem, basta saber que segurar os veículos nas curvas não é muito fácil. O jogo permite aos gamers a modificação da direção do carro em pleno ar, e isso é crucial para o sucesso em certos trechos das pistas. Além disso, deixar o automóvel apoiado apenas em duas rodas é algo extremamente comum.
A equipe de desenvolvedores da 2XL Games tentou claramente focar os aspectos físicos dos carros dentro das diferentes corridas. De modo geral, entretanto, é difícil elogiar Baja no que diz respeito aos quesitos técnicos do jogo. Nem mesmo a variedade de veículos, modos de jogo, itens desbloqueáveis e opções de configuração supera a pobre qualidade visual e sonora.
Aprovado
Do que gostei:
Desafiador. Talvez até demais
Caso o jogador consiga superar os infortúnios causados pela jogabilidade, é possível afirmar que o nível de desafio das corridas e campeonatos é relativamente satisfatório. O modo Carreira conta apenas com dois níveis de dificuldade (Easy e Hard), mas outros modos permitem a configuração do nível de dificuldade dos adversários controlados pela IA em forma de porcentagem (70% até 120%).
Falando nisso, a IA não é muito inteligente, mas pode atrapalhar bastante o gamer durante as etapas. Batidas fenomenais — mas nada realistas — ocorrem se os corredores adotarem uma postura um pouco mais ousada na tentativa de tomar a liderança o mais rápido possível. O modo multiplayer com suporte a até quatro pessoas também eleva ligeiramente o nível de desafio.
Boa personalização
Um dos poucos pontos fortes do game é a possibilidade de calibragem das diferentes peças do veículo escolhido. São vários os números que podem ser alterados pelo jogador em prol de um melhor controle do carro. "Tuning" não é o que falta.

Hilário?
Muitos jogadores podem dar risada com base nos vários bugs e problemas encontrados em Baja. Realmente, é difícil de acreditar que um jogo tão deplorável tenha sido criado seriamente com foco em aspectos físicos e corridas radicais em cenários naturais.
Imagine a seguinte cena: você está perseguindo um trem durante vários minutos, por diversão, quando a locomotiva entra num túnel. O que você faz? Tenta entrar no túnel também, obviamente. O que você não esperava é que houvesse uma parede invisível bloqueando a entrada. Batida na certa.
Reprovado
Do que não gostei:
20 minutos de pura... Frustração
A Equipe Baixaki Jogos teve a oportunidade de participar de uma corrida com meros 20 minutos de duração. Um exagero até mesmo para os fãs de rally, considerando que a experiência é entediante e nada divertida. Quatro oponentes na pista: no nível mais elevado de dificuldade, foram necessários 6 minutos para alcançar um adversário e 16 para alcançar o líder.
E quais os diferenciais de Baja em comparação com outros jogos de rally? Bem, há os medidores de dano, há a possibilidade de chamar um helicóptero para consertar o veículo em plena corrida e... Na verdade, não há nada que leve os fãs de rally a se interessarem pelo fraco título da 2XL Games.
Gráficos? Que gráficos?
Por onde começar? Primeiramente, deve-se ressaltar que a versão do game para PlayStation 3 é ainda pior do que o jogo para Xbox 360 nos quesitos visuais. E o título já não é nada agradável no console da Microsoft...
A iluminação não é nem um pouco realista, sendo que o Sol é apenas uma imagem de fundo em certos cenários. O efeito de poeira é simplesmente desprezível e parece que a lama veio diretamente de um jogo de corrida para o primeiro PlayStation. A interação entre objetos pode ter tudo, menos realismo.

Desempenho ridículo
Que tal jogar um game em taxas intensamente variáveis de quadros por segundo? O famoso FPS — Frames Per Second — não é compatível com a qualidade técnica do game. A lógica é a seguinte: quanto pior os gráficos, melhor o desempenho, já que o console não precisa se esforçar muito para exibir visuais primorosos na tela.
Incrivelmente, tanto os gráficos quanto a taxa de FPS são horríveis. Há momentos (principalmente no modo multiplayer com quatro pessoas jogando) nos quais o game roda em menos de 15 quadros por segundo, o que é inadmissível para um título exclusivo para PS3 e Xbox 360. Entrando em sintonia perfeita com a jogabilidade, o desempenho deixa muito a desejar. Até mesmo os menus de seleção de veículo contam com o infame "lag" visual.
Jogabilidade literalmente assustadora
Há uma série de problemas na jogabilidade de Baja. Além da penosa curva de aprendizado (por mais que os comandos sejam simples), correr não é uma atividade recompensadora. O game não permite que o competidor encurte fuja da pista e encurte o caminho, mas esse sistema de "Cut the Track" é pouco preciso. Certas vezes é possível burlar o sistema.
Um dos piores aspectos da jogabilidade é segurar o carro nas curvas. Além disso, a buzina, relatada como um "instrumento que pode indicar a ultrapassagem" é um tanto inútil. São raras as vezes que um oponente abre espaço para o jogador passar.
Mais aspectos ruins: ninguém joga online, pois o game é ruim; o modo Free Ride é totalmente sem graça e a pouca IA que tem nele é ridícula (que tal um trem atropelando um veículo de passeio inescrupulosamente?); por fim, nenhum modo de jogo impressiona.
Nem as músicas espanholas salvam a ambientação sonora
O subtítulo diz tudo. Nos menus, a trilha sonora é interessante (guitarras espanholas), mas dentro do jogo o rock não convence muito. De forma geral, os sons dos veículos e dos ambientes são pouco fiéis ao que ocorre na realidade. De qualquer maneira, a ambientação sonora é mais um aspecto técnico que denigre a imagem de Baja.
Conclusão
Nem um pouco. O título sugere — sem querer — que o jogador tente se controlar enquanto joga Baja (Limite do Controle), tamanha a quantidade de falhas e aspectos negativos encontrados durante a experiência. É muito, mas muito difícil se divertir com o game distribuído pela tão aclamada THQ.
Como mencionado acima, entretanto, há a chance de dar boas risadas com os bugs presenciados. É claro que o riso dura pouco e a irritação gradualmente toma conta, visto que tanto o modo carreira quanto as demais opções de jogo contam com problemas absurdos.
O game foi criado exclusivamente para as plataformas PlayStation 3 e Xbox 360, mas parece que o jogo rodaria perfeitamente em video games da quinta ou da sexta geração de consoles. Uma proposta interessante... O resultado? Um desastre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário