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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Darksiders-Ps3

Guerra combina traços de Link e Kratos em uma jornada épica.
Você pode estar achando estranho que falemos novamente sobre Darksiders tão pouco tempo após termos destrinchado a maioria dos elementos do game no início de dezembro. No entanto, não é sem motivo. Afinal de contas, não é todo dia que vemos um jogo misturar elementos de God of War com Zelda. Link e Kratos estão a quilômetros de distância em termos de estilo, mas o cavaleiro do apocalipse da Guerra parece combiná-los de forma interessante.

Concreto

Após muito tempo lendo sobre as características que o título comportaria e vendo imagens e vídeos sobre ele, finalmente conseguimos informações concretas através de uma versão demonstrativa liberada pelos desenvolvedores. Assim sendo, este nosso breve comentário sobre Darksiders foca muito mais na jogabilidade do que na temática, que já foi explicada em nossa prévia anterior — que você pode conferir aqui.

Contra Guerra e Ruína, ninguém aguenta

Já no início do jogo você tem uma ideia da forma como as coisas se desenrolarão: você perde seus poderes de cavaleiro do apocalipse e deve gradualmente redescobri-los. Um tanto quanto clichê, mas o game nunca tentou capitalizar no fato de ser original — mesmo porque sua jogabilidade realmente não o é, embora a ambientação possa ser um tanto quanto diferente dos games “mainstream” tradicionais.

Ao invés disso, ele busca trazer experiências consagradas em outras séries amalgamadas em um único game coerente. O que parece ser atingido, já que é possível entrar no clima. Isto porque as diferentes formas de jogo, desde a pancadaria desenfreada contra hostes demoníacas até a resolução de quebra-cabeças utilizando diferentes objetos, são intercaladas e espertamente misturadas.

Ora Kratos, ora Link

O que queremos dizer com isso? Basicamente, que em um momento você estará dizimando os oponentes como se fossem formigas tentando chegar a seu bolo em cima da mesa e no outro você estará utilizando sua fiel Crossblade, uma arma similar a um bumerangue, para conseguir resolver os desafios encontrados nos diferentes cenários pelos quais passa.

A evolução de personagem está presente, assim como em God of War, mas a aquisição de novos objetos necessários para a progressão no jogo é também parte essencial do game, assim como na franquia Zelda. A história é bastante direta, mas a jogabilidade vai e vem como a Crossblade que o personagem usa. Uma hora você está a pé detonando tudo, na outra sobe em um cavalo voador e aniquilia os oponentes rapidamente antes de retornar ao chão.

Então, aparece uma tocha e uma bomba. Para conseguir detoná-la e progredir, é preciso utilizar a Crossblade para passar pela tocha e chegar à bomba, levando o fogo e acionando esta última — que explode e libera o caminho. Estes “pulos” de sua arma podem ser encaixados até um máximo de cinco, o que abre várias possibilidades para quebra-cabeças mais adiante no título.

Espadinha pequena essa, deixaria Cloud com inveja

Mais uma vez lembrando jogos clássicos — como Ocarina of Time — o protagonista de Darksiders eventualmente recupera seu cavalo, chamado Ruin. Com ele, fica mais fácil locomover-se e destruir os adversários, além de tornar mais rápido o retorno a áreas anteriores que foram destravadas através de suas conquistas durante a partida.

Em sumo, o jogo alterna seus focos de maneira constante e fluida, o que não é nada mal. Aqueles que buscam algo inteiramente novo e inovador certamente não irão encontrar o que procuram em Darksiders, mas o game pode ser um bom jogo para quem gosta de uma jogabilidade diversificada e alternada.

Seja como for, não precisamos esperar muito mais. O jogo será lançado no dia 5 de janeiro, na terça-feira que vem — daqui a exatamente uma semana. Se misturar-se a um conflito entre o Céu e Inferno através da encarnação da Guerra lhe atrai, não hesite a conferir Darksiders.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

NBA Live 10-Xbox 360

Modos online e uma nova injeção de realismo elevam NBA Live a um novo patamar!
Desde o lançamento inicial da inconfundível franquia de basquete da EA nos idos de 1995, quando fazia a festa no Mega Drive e no Super Nintendo — deixando jogadores atônitos com um realismo exemplar abençoado ainda por novidades como “Create-a-Player” —, ou mesmo após a reformulação ocorrida em 2000, NBA Live sempre ditou a forma como se deve jogar basquete digital, comodamente sentado no sofá.

Embora algumas derrapadas se façam sentir aqui e ali durante um percurso na maior parte glorioso — em grande parte como uma resposta ao concorrente direto, 2KXX —, a peça central sempre foi a boa intimidade da EA com jogos de esporte, o que, é claro, também vale para o basquete.

Bem-vindo à revitalização de NBA LiveBem, sem deixar a peteca cair, NBA Live 10 não apenas traz as tradicionais novidades e perfumarias que já se espera, como ainda reinventa muita coisa, corrigindo ainda algumas escorregadas. Infelizmente, outras escorregadas acabaram entrando em cena durante o processo.

Dessa forma, se é fato que as maiores estrelas do basquete ganharam agora animações muito mais fluidas e alter egos digitais vem mais realistas — com tatuagens e demais de talhes próprios devidamente recriados—, e também que o novo modo Adidas Live concentra em si só um bom motivo para se comprar o jogo, também é verdade que o Q.I. dos seus companheiros de time e dos comentaristas do jogo às vezes deixa a desejar.

Mas, para pesar a balança definitivamente a favor da franquia, surge o reformulado Dynamic DNA. Com uma visível melhoria em relação à versão 09, o mecanismo agora atualiza todos os dados dos jogadores de acordo com o que acontece na própria NBA. Isso significa que desde as mais singelas torções até os dados gerais do status de cada jogador ganharão um reflexo no jogo. E o melhor: mesmo quem não seja um viciado completo em NBA vai conseguir perceber essas mudanças — diferentemente das sutilezas da versão anterior.

Complementando o quadro, um sem-número de jogadas adiciona nova dimensão estratégica à série. São jogadas ofensivas e defensivas, organizadas das mais variadas formas, tornando as coisas muito menos previsíveis. Aí basta botar tudo para funcionar na liga online, digladiando-se contra até 30 pretensos treinadores virtuais e seus times. Impagável.

Aprovado

Um reflexo da NBA

Inegável que um dos maiores apelos da versão 2010 de NBA Live vem na forma do recurso Dynamic DNA. “Mas isso já existia na versão 2009”, você diria. Sim, é verdade. Mas com as proporções que aparece agora.

Basicamente, todos os dados relevantes dos jogadores são agora atualizados diariamente a fim de refletir as suas características físicas reais, tudo devidamente atado ao modo Season. E o melhor, isso não aparece apenas na forma de estatísticas — que tornavam a versão anterior perceptível apenas para os fãs mais ferrenhos da NBA —, mas inclui também machucados, trocas e qualquer outro dado que possa ser relevante dentro do contexto do campeonato.

Um drible aqui, uma manha ali...

A série NBA Live sempre foi conhecida como uma boa simulação. E isso certamente não mudou na versão 2010, sobretudo graças à quase excessiva quantia de jogadas — tanto ofensivas quanto defensivas — disponíveis. Em outras palavras, é tremendamente revigorante abrir o “playbook” para armar jogadas de acordo com a tática do seu oponente, muito além das concepções iniciais de “ofensivo” e “defensivo” apenas.

Mas, é claro, para fazer valer a tática, a coisa deve sair do papel. Nesse ponto entra a movimentação realista e responsiva dos astros da NBA. Além disso, para transformar as jogadas em algo mais do que simplesmente sair apertando botões, os dribles são inteiramente controlados pelo direcional analógico direito, permitindo que você faça as coisas à sua maneira — embora fazer muita firula em frente a um Kobe Bryant ou mesmo a um Varejão não seja exatamente uma boa ideia, criando uma mecânica interessante de risco e recompensa.

Online League e Adidas Live

Novos modos online dão o tom... e justificam o seu dinheiro gasto!Os dois novos modos de NBA Live sem dúvida tornam as coisas bem mais interessantes na hora de uma disputa online. League cria todo um campeonato online, em que cada um dos participantes controla o seu próprio time. São 30 membros no máximo, e sempre existe a possibilidade de limar as regras para impedir trocas durante o campeonato ou ainda permitindo que os competidores criem os seus próprios times fantasiosos — como Shaquille O’Neal jogando no Menphis Grizzlies.

Já o modo Adidas Live surge para substituir o decepcionante Be a Pro da edição anterior. Trata-se de uma competição de cinco contra cinco online, em que cada jogador em quadra é controlado alguém de carne e osso. Trata-se de um dos pontos mais altos da versão 2010, além de ser também o que mais se aproxima do “feeling” próprio de uma partida real de basquete. Infelizmente, não se pode criar o próprio jogador aqui — bem, não se pode ter tudo.

Tatuagens, caretas, suor, etc...

A tentativa da EA de tornar NBA Live ainda mais realista é realmente evidente. E o melhor, realmente parece ter funcionado. Os jogadores estão bem menos robóticos, assumindo comportamentos humanos. Mesmo detalhes como suor escorrendo (sim, é nojento, mas não menos admirável!), tatuagens e trejeitos foram recriados nos mínimos detalhes.

E as quadras também acompanham o passo. Desde os reflexos — às vezes um pouco exagerados... mas só às vezes — até o comportamento esfuziante da torcida quanto você dispara para a enterrada certa. Tudo emite constantemente o “feeling” de um jogo real de basquete, o que é realmente revigorante.

A EA sabe: Deus está nos detalhes...


Reprovado

O que houve com essa bola?!?

Você provavelmente vai repetir isso algumas vezes durante o jogo. Aparentemente, a boa física do jogo não se estendeu totalmente para um ponto indiscutivelmente central do basquete: a bola. Algumas vezes ela vai atravessar as mãos do ávido jogador, outras vezes um passe será interceptado em condições que desafiam a física newtoniana... enfim. A impressão que fica é que, às vezes, a bola é feita com a combinação 50% borracha e 50% éter.

Profissionais desmotivados

Embora na maior parte do tempo os seus companheiros de equipe cumpram bem o seu papel, algumas mancadas acabam escapando aqui e ali, denunciando o Q.I. um tanto flutuante dos jogadores controlados pela máquina. Isso fica bastante óbvio ao roubar uma bola: eles podem até fazer o possível para tirar a bola do oponente, embora não mostrem o mesmo empenho para sair correndo atrás da bola inteiramente livre. Vai entender.

Desmotivado? Pense no seu salário... pense no seu salário...

Comentaristas com “delay”

Se a torcida tremendamente motivada ajuda a tornar as partidas muito mais realistas, o mesmo não se pode dizer dos narradores de NBA Live 10, Marv Albert e Steve Kerr. Além de repetir inúmeras vezes os mesmos comentários — em situações às vezes completamente equivocadas —, mesmo os comentários apropriados podem aparecer depois dos lances; quase como um “delay”.

Conclusão

NBA Live 10 com certeza faz jus à boa reputação que sempre acompanhou a série. Mesmo algumas escorregadas menores, como jogadores não exatamente “brilhantes” e uma bola particularmente etérea não são capazes de ofuscar o novo realismo empregado pela EA. No mais, modos como Online League e o ótimo Adidas Online por si só tornam a experiência tremendamente autêntica e válida. Fãs de basquete: realmente vale a pena dar uma olhada.

Feliz Ano Novo! Descubra o que vai abalar o mundo dos jogos em 2010.

Feliz Ano Novo! Descubra o que vai abalar o mundo dos jogos em 2010.
Este ano trouxe grandes anúncios e vários títulos de peso (especialmente para o PS3). Tivemos grandes continuações, como Uncharted 2, Resident Evil 5, Street Fighter IV, The Legend of Zelda: Spirit Tracks, Modern Warfare 2 e Halo 3: ODST — apenas para citar alguns.

Mas se 2009 já foi bom, o ano que vem promete ser ainda melhor. Somente em janeiro são mais de oito jogos de peso que já chegam para sacudir os video games deste marasmo de final de ano — no quesito lançamentos o mês de dezembro é tradicionalmente fraco na indústria dos jogos.

Mass Effect 2, Army of Two: The 40th Day, Bayonetta, Darksiders, Dark Void, MAG e No More Heroes 2: Desperate Struggle garantem o feliz Ano Novo aos jogadores, que mal poderão aproveitar a praia direito com tantas novidades nos consoles.

E se em fevereiro tem carnaval, no PS3 tem a chegada do inovador Heavy Rain, além de outras novidades em várias plataformas, como Tom Clancy's Splinter Cell: Conviction, Dead to Rights: Retribution, White Knight Chronicles, Red Steel 2, Napoleon: Total War, BioShock 2 e Gran Turismo 5, sem se esquecer do MMO, Star Trek Online.

Em março as coisas começam a esfriar e as férias acabam, mas continuaremos recebendo grandes estreias como Battlefield: Bad Company 2, Pokémon Heart Gold e Soul Silver, Command, Just Cause 2 e I Am Alive, além do RPG fantasia de Final Fantasy XIII e um certo deus da guerra (God of War III).

Cansou? Pois ainda nem chegamos à metade do ano! Abril traz os tiroteios de Red Dead Redemption e Metro 2033, bem como o provável despertar de Alan Wake (que já virou lenda). No mês seguinte encontramos “apenas” Metal Gear Solid: Peace Walker, Mafia II (entre maio e julho), Prince of Persia: The Forgotten Sands, Skate 3, DC Universe Online e Quantum Theory, em meio a outros jogos de peso.


Fora de jogo
Aperta o "pause"

Muito bem, isso foi apenas o primeiro semestre de 2010. Esta avalanche de jogo serve de prelúdio para as grandes atrações que devem estourar em setembro e outubro (meses mais fortes em lançamentos).

Mas nesse ínterim não podemos nos esquecer que ainda temos a Game Developers Conference 2010 — a feira de desenvolvedores que acontece em São Francisco entre os dias 9 e 13 de março. Em junho acontece a famosa Eletronic Entertainment Expo (entre os dias 15 e 17, na cidade de Los Angeles).

Entre os dias 18 e 22 de agosto não podemos perder a Gamescom, em Colônia (na Alemanha) enquanto que a Tokyo Game Show “fecha” o calendário dos principais eventos de video games do ano, em setembro (dias 16, 17, 18 e 19). Vale lembrar que todas essas feiras, exposições e eventos receberão cobertura especial de mim. — e trarei todas as novidades e as principais notícias do mundo dos jogos.

Mês DiasEvento Local
Março 9–13 Game Developers Conference 2010 EUA
Junho 15-17 E3 2010 EUA
Agosto18-22 Gamescom 2010 Alemanha
Setembro 16-19 Tokyo Game Show 2010Japão


E se não bastassem os jogos também temos a chegada dos novos acessórios para o PlayStation 3 e Xbox 360. Para quem estava preso em uma ilha deserta, 2010 marca a estreia dos novos controladores com capacidade de captura de movimento dos dois consoles, a PlayStation Wand (na falta de um nome oficial) e o Project Natal do Xbox 360.

O ano é longo e os desenvolvedores adoram fazer um mistério, portanto uma enorme quantidade de jogos já foi confirmada para o próximo ano, porém ainda não possuem uma data de lançamento determinada. Assim, já sabemos que podemos esperar a chegada de:
Entre tantos outros que já foram confirmados para o ano de 2010, sem contar aqueles que, de tanto mistério, sequer revelaram o ano de lançamento do jogo (o famoso, quando ficar pronto eu lanço da Blizzard), como é o caso de Diablo III, Starcraft II e World of Warcraft: Cataclysm.
1º Semestre
Confira os principais destaques do primeiro semestre do ano de 2010Eu e alguns amigos e parentes selecionamos alguns títulos que merecem atenção especial no início do ano que vem.
  • Xbox 360
    Dark VoidArmy of Two: The 40th DayBayonettaDarksiders
    BioShock 2Dante's InfernoSplinter CellJust Cause 2Final Fantasy XIIIMetro 2033Alan WakeRed Dead RedemptionCrackdown 2
  • PlayStation 3
    MAGDark VoidArmy of Two 2BayonettaDarksidersBioShock 2Dante's InfernoWhite Knight ChroniclesHeavy RainGran Turismo 5Just Cause 2Final Fantasy XIIIBad Company 2Red Dead RedemptionGod of War 3
  • Wii
    No More Heroes 2Tatsunoko Vs. CapcomMonster Hunter 3 - Tri
  • PC
    Dark VoidBioShock 2 Napoleon: Total WarWarhammer 40-000: Dawn of War II - Chaos RisingJust Cause 2Command & Conquer 4Bad Company 2Metro 2033
Por aqui, as mudanças já estão em andamento: 2010 contemplará um novo Blog De Dicas. Eu do Blog De Dicas desejo um Feliz Ano Novo a todos vocês, que este ano seja ainda mais divertido, emocionante e tenha muito mais jogatina!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Feliz Natal,atrasado.

Feliz Natal pessoal,desculpe pelo atraso ,não tive tempo de entrar no Natal,mas o que vale é a intenção!!!!!!!!!
Para comemorar esta época mágica vou falar desse incrivel game pra pc!!!!

The Lord of the Rings Online: Shadows of Angmar-Pc



O universo de Tolkien fielmente representado... Finalmente.
Devido à quantidade de games existentes no mercado, muitas vezes deixamos passar alguns títulos. No entanto, sempre que possível tentamos olhar um pouco para trás e analisar aqueles que ainda não tínhamos testado, o que é o caso de Lord of the Rings Online. O game recebeu sua terceira expansão há apenas alguns dias, no ínicio do mês, e resolvemos ver do que se trata.

A premissa básica é bastante conhecida do público: transportar o universo do Senhor dos Anéis para o universo dos MMORPGs. O que é uma tarefa bastante grandiosa, especialmente se considerarmos que não foi utilizado nenhum recurso proveniente da trilogia de filmes de Peter Jackson. Portanto, existe uma aproximação muito maior à mitologia de Tolkien.

Parece familiar?

Antes que alguém se engane, vale dizer logo no início: não se trata de encarnar um dos integrantes da Sociedade do Anel, mesmo porque isso seria inviável em um jogo online. Porém, o estilo de interação se baseia fortemente nas relações exploradas pelo autor em seus livros, tanto que os grupos são chamados de “Fellowships”, o termo em inglês que foi traduzido como “sociedade”.

Passemos a nossa experiência. Como se trata de um MMORPG, vamos tratar da nossa jornada pelo game através dos olhos de uma classe que escolhemos, uma que foi adicionada com a expansão Mines of Moria: Warden. Ela é uma de nove disponíveis, que abrangem grande parte das figuras que podem ser identificadas no universo do Senhor dos Anéis.

Decidimos pela raça élfica. Logo que começamos nossa aventura, estávamos em plena batalha — a cidade em que nos encontrávamos estava sendo atacada por um grupo de anões e goblins que se aliaram para tentar roubar relíquias que estavam em poder dos elfos. Esta área servia como tutorial para aprendermos o básico sobre a jogabilidade, e ao final ficamos sabendo que se tratava de um flashback.

Após este tutorial, partimos para uma introdução que expôs o resto do que precisávamos saber a respeito do game para nos virarmos sozinhos, e saímos dela no nível 7. O interessante é que já no início encontramos figuras grandes da mitologia, como Elrond e Dwalin — este último foi um dos anões que acompanhou Bilbo em sua campanha contra Smaug.

Nestes primeiros momentos, o que nos chamou imediatamente a atenção foram os detalhes dos visuais. O trabalho de arte tentou reproduzir fielmente cada estilo das diferentes raças e o contraste é flagrante entre os elfos e os anões — mas, ao mesmo tempo, tudo parece fazer parte de um mesmo mundo, e o toque de Tolkien é visível, o que era essencial que acontecesse.

Adivinha onde é!

Evoluímos nosso personagem através de diversas áreas até o nível 15, quando fomos informados pelo game que podíamos agora comprar uma casa e adquirir hobbies — como, por exemplo, a pescaria. Durante o percurso, tornamo-nos exploradores (uma vocação que libera certas profissões) e ganhamos vários títulos referentes a ações que realizamos.

Sendo um MMORPG, é difícil julgar — sem passar inúmeras horas jogando — se o game possui apelo contínuo. No entanto, no que diz respeito a fazer parte de um mundo de fantasia inigualável e colocar o jogador neste meio sem que destoe ou estrague o universo de Tolkien, o título é fantástico. A Turbine realizou, sem dúvida, um trabalho digno.

Aprovado

Polimento

É a primeira coisa que se nota. Desde os gráficos até a interface, passando pelas animações, o jogo parece ter sido bastante refinado pelos desenvolvedores desde seu lançamento. Tendo jogado a versão beta, posso dizer que este era um ponto falho anteriormente, mas que hoje em dia está impecável.

Enquanto em outros jogos o personagem realiza ações que nem sempre são contínuas — por exemplo, ao mirar com um arco e movimentar-se para cancelar a ação — neste título o personagem o faz de forma fluida e coerente, não há “corte” das animações. O que é bastante satisfatório e contribui para uma imersão muito maior. Isto pode ser visto claramente quando você está nadando e alterna de um nado frontal para um de costas.

Até as animações de pesca são bem-feitas

A interface também é clara e altamente modificável. Ao contrário de World of Warcraft, que “mods” individuais alteram certos elementos dela, aqui você pode alterar todas as suas características dentro do próprio jogo. Basta pressionar “Ctrl + ]” (em um teclado ABNT2) para que sejam destravadas todas as partes componentes da interface.

Universo fiel

Outra coisa que se percebe desde cedo — já na criação de personagens — é a fidelidade com o universo de Tolkien. Desde as convenções para os nomes dos habitantes até os diferentes locais, houve uma preocupação genuína em manter o estilo retratado nos livros e anotações do autor, de forma a gerar algo familiar para os fãs e envolvente para os novatos.

É óbvio que existem certas liberdades que tiveram de ser tomadas com relação a determinados pontos, especialmente aqueles que não foram descritos com detalhes por Tolkien, mas tudo é feito de forma coerente e adaptada ao cenário geral. A inclusão de figuras importantes das histórias, permeando a narrativa do jogador, também é um ponto excelente.

Fazendo você se sentir importante

O último comentário do parágrafo acima faz com que isso aconteça já de imediato, mas existem vários outros fatos que ressaltam esta filosofia — típica de MMOs mas elevada ainda mais neste título. Um outro bom exemplo é a existência de títulos para as mais diferentes ações realizadas.

Você pode ser O cara!

Se você matar muitos goblins, será conhecido como um exímio exterminador destas criaturas. Caso realize muitas missões para uma determinada região, todos saberão que você é uma figura importante ali. Se fez algo digno de nota, sua denominação também pode refletir isso. O conceito é muito bem explorado, através de um sistema de conquistas completamente integrado à jogabilidade.

Variedade

Como na Terra-Média não existe magia no sentido em que a vemos em outros jogos de fantasia, todas as classes acabam por incorporarem os diversos elementos necessários para que sejam boas explicações do caráter do personagem. Em inúmeros games, se você escolhe uma classe furtiva, esse será o estilo de jogo exclusivo.

Não aqui. Todas as classes experimentam habilidades variadas, em maior ou menor teor, o que faz com que a variedade seja bastante grande e caiba ao jogador especializar-se da forma como achar melhor — mas sem ser absurdamente limitado. Nossa classe, por exemplo, a Warden, possuía habilidades de furtividade e causar dano — mas sua principal função é aguentar pancada e chamar atenção para si.

Outra coisa muito interessante é a possibilidade de tocar música dentro do jogo. As classes possuem a habilidade de tocar instrumentos, sendo que as notas vao de Dó a Si e podem ser levemente modificadas. Quem sabe os mais dedicados consigam até mesmo criar bandas com os instrumentos de época!

Vale a pena ressaltar que a variedade não se limita ao conteúdo do jogo. O título possui uma enorme tolerância com relação às especificações dos computadores em que roda, podendo ser modificado para PCs baratos ou até mesmo um avião, como o que possuímos aqui no escritório para testes. Assim, uma grande quantidade de pessoas pode experimentar a aventura.

Sendo guiado, mas de leve

Assim como na maioria dos MMORPGs, existe um caminho básico pelo qual o jogador é levado quando está no início, aprendendo. No entanto, em LOTRO existe sempre a possibilidade de parar e fazer alguma outra coisa, sendo que ela ainda contribuirá para o desenvolvimento de seu personagem.

O povo de Gimli muito bem representado

Um bom exemplo é, caso o jogador não queira seguir exclusivamente a linha principal de missões, fazer as paralelas, enquanto mata monstros para ganhar títulos ou pratica seus golpes em inimigos. Como existe grande variedade, é preciso bastante tempo para conseguir evoluir todos os aspectos de sua classe, especialmente se estiver interessado em alternar o foco no futuro.

Foco PVE, mas existe um leve “PVP”

Como no mundo da Terra-Média o inimigo é claro (Sauron), não existem facções. Todos jogam no mesmo campo e possuem um inimigo comum, o que torna o jogo bastante direto. No entanto, aqueles que querem testar suas habilidades contra outros jogadores possuem uma opção, a partir do nível 10, chamada de Monster Play.

Nela, você pode encarnar um servo de Angmar e lutar contra os jogadores, num modo conhecido como “PvMP” — Player versus Monster Player. Não é tão desenvolvido quanto o resto do título, mas ainda assim proporciona uma experiência de guerra e conflito, o que serve para mudar um pouco de ares.

Forte tom próprio

O que queremos dizer com isso? Que o jogo não se deixa levar exclusivamente pelas tendências de outros MMOs maiores, como World of Warcraft. Embora tire, sim, bastante inspiração para sistemas de combates e outras fórmulas já comprovadas, ele se mantém fiel a suas premissas no que diz respeito às temáticas e formas de entendimento de seu mundo.

Isto se reflete na personalização dos personagens, já que o jogador deve realizar tarefas para conquistar coisas diferentes, e não somente passar de nível; nas convenções para os nomes; na inexistência de anãs mulheres, já que em Tolkien elas não possuem papel ativo no mundo externo... Tudo para manter a coerência.

Reprovado

Falta de certos elementos

Um bom exemplo é a impossibilidade de mergulhar na água. O personagem fica somente na superfície e não há o que fazer a respeito. Outra é sensação de estar deslizando, ao invés de caminhar, em vários momentos. Isto porque a interação com o terreno é, em alguns momentos, bastante insatisfatória e produz resultados indesejados.

Inexistência de instruções para Monster Play

Enquanto existe um tutorial para o jogo tradicional, quando tentamos nos aventurar no modo “PVP” de LOTRO nós ficamos completamente perdidos. Não havia direcionamento e foi preciso adivinhar como se joga com os servos de Sauron, já que existe considerável modificação dos sistemas de itens e habilidades.

Estamos do outro lado do mundo?

Na tela de seleção de personagem, é possível determinar a origem de seu avatar. Escolhemos Lórien, mas estávamos em Ered Luin, do outro lado do mundo, quando começamos nossas aventuras. E isto sem uma explicação clara, já que tínhamos a espectativa de ver Mallorns e, quem sabe, Galadriel quando escolhemos esta história para nosso personagem.

Conclusão


É sempre arriscado dizer sim ou não a esta pergunta, quando se trata de MMOs. Mas arriscarei e direi que sim, vale a pena. No entanto, não é para todos. O game explora muito bem o universo de Tolkien e os fãs certamente se sentirão muito bem ao explorar tudo aquilo que eles já conhecem de forma visual e interativa.

No entanto, o game possui um foco bastante grande na história, na exploração dos personagens e na temática, o que pode não agradar aqueles que preferem bastante ação, direta e frenética. Quem não quer entender a forma como as coisas funcionam na Terra-Média certamente não se sentirá muito atraído pelo título.

Quem são esses?

Ou seja, se você está interessado em explorar o universo de Tolkien e visualizar alguns dos elementos sobre os quais já leu — ou viu no cinema sob outra perspectiva — vale a pena dar uma conferida, nem que seja através do sistema de testes por dez dias gratuitos. Mas se você é fã de Tolkien, este MMORPG pode ser uma excelente pedida.

As modificações trazidas pelos patches e expansões certamente moldaram o game de forma muito boa, e ele está bem melhor do que era na época de seu lançamento. Quem sabe após passarmos mais tempo com ele traremos a vocês o conteúdo exclusivo para níveis mais altos que as expansões trouxeram...