Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha! PES 2010 muda o ritmo para acertar o passe.
Pro Evolution Soccer, ou Winning Eleven para os íntimos, já deixou o seu nome — ou melhor, o número da sua camisa — marcado na história dos videogames. Seu sucesso no PlayStation 2 conquistou uma legião fervorosa (e extremamente fiel) de fãs, que a cada ano esperavam ansiosos pelas novidades da próxima iteração.Com o tempo a série alcançou o ápice entre os jogos de gênero — apesar da briga resumir-se a um embate direto com a série FIFA Soccer da EA Sports — com seu ritmo acelerado e estilo descontraído.
No entanto com a chegada dos consoles de sétima geração, o que se vislumbrou como o ponto de partida para uma série de melhorias acabou traduzindo-se em repetições pouco inspiradas e uma perda considerável de território para o seu grande rival.
Muitos contestam a superioridade de um ou de outro, mas poucos questionam o salto de qualidade da franquia FIFA e o fato de que PES pouco fez para acompanhar os avanços da concorrência.
Agora um novo campeonato começa, FIFA 10 mostrou que veio para brigar pelo título, mas será que PES 2010 vai entrar na roda ou vai mostrar que a Konami é o time da virada?
Coisas que gostei:
Material esportivo
O primeiro aspecto a chamar a atenção do jogador é justamente a apresentação do título, gráficos de qualidade, animações belas e um menu atraente são alguns dos pontos fortes do visual presente em PES 2010 (no entanto alguns desses aspectos não são inteiramente positivos, mas vamos falar deles mais tarde).
No ritmo das arquibancadas
A trilha sonora e os efeitos de som receberam um cuidado extra nessa nova edição da franquia. Sai o J-pop e entre algumas bandas mais “familiares” aos ouvidos ocidentais como Stereophonics, Keane, All American Rejects, The Chemical Brothers, Kaiser Chiefs e Hoobastank entre outros.
Além disso, os efeitos de som dentro de jogo — especialmente os gritos da torcida — estão bem “afinados” e integram-se com grande eficiência a própria jogabilidade; a torcida incentiva o time da casa e vaia veementemente quanto os adversários atacam o seu clube do coração.
Chega de correria
Quem está habituado a série PES irá notar rapidamente a mudança no ritmo de jogo. Mais “cadenciado” do que o das últimas edições a “velocidade” do jogo diminuiu significativamente, uma tentativa acertada de aproximar-se do ritmo de FIFA, voltando-se para a simulação sem perder o encanto anárquico do estilo arcade.
A dinâmica de controles e fluidez de movimentos garantem a diversão e qualidade do título. No entanto, você não será mais capaz de encarar a defesa adversária sozinho; os tempos em que Messi e Kaká arrancavam do meio de campo com a bola dominada driblando toda a defensiva adversária e arrematando ferozmente contra a meta dos oponentes ficou para trás.
Jogo de corpo
PES 2010 tem um ritmo diferente, com um enfoque maior na física dos jogadores e da bola. Infelizmente isso ainda não está bem incorporado ao jogo, mas mostra um empenho da Konami em tornar o jogo mais real. Os jogadores correm, trombam e driblam de forma mais natural, menos robótica e a “gorduchinha” rola lisinha pelo relvado.
Foto para o pôster
Os gráficos de PES são sem sombra de dúvida um dos aspectos mais interessantes do jogo — principalmente no que diz respeito as modelagens (extremamente fiéis as suas contrapartes reais). No todo o jogo ainda apresenta alguns problemas (como a falta de um anti-aliasing e algumas animações já datadas, no entanto o resultado final ainda é deslumbrante.
Mudança tática
A integração dos atletas com a equipe está mais refinada. Em PES 2010 você pode alterar o estile de jogo da sua equipe através de uma ferramenta prática, acessível a todos. São oito barras que ditam o comportamento da equipe de acordo com a ajuste fino desses indicadores (referentes a ataque, defesa, troca de passa, finalizações e assim por diante).
O mestre da liga Master
Um dos modo de jogo mais populares da franquia PES 2010, a Master League, retorna totalmente renovada. Agora a Liga está totalmente integrada com as duas competições oficial da UEFA licenciadas pela Konami, A Liga dos Campeões e a Liga Europa. Além disso, o campeonato está mais “realista” e a utilização de transações entre os clubes também foi revista.
Esperto, mas nem tanto
No quesito inteligência artificial a I.A. de PES 2010 é a melhor de toda a série. Além dos jogadores da sua equipe mostrarem uma ciência maior do que acontece dentro de campo, procurando sempre pelo espaço livre e esquivando-se da marcação os adversários também procuram fazer pressão, cortando os espaços e até mesmo se esforçando mais caso estejam perdendo. Mas ficam aqui algumas ressalvas já que esses aspectos só são evidenciados no nível de dificuldade mais elevado.
Eles são do baralho
A grande novidade da vez são os cartões de estilo. Trata-se de um sistema de instruções táticas individuais baseada na utilização de cartas de comando. O Card System permite que você selecione um jogador no menu tático, designando a ele uma carta de estilo (de uma série predefina para cada atleta).
Essas escolhas farão com que o seu jogador execute a ação determinada pela carta com maior frequência. Um bom meio de campo, um bom finalizador de jogadas; cada jogador tem seu ponto forte claramente destacado. Pro exemplo, uma carta chamada “Early Crosser” (algo como Preferência por Cruzamentos) faz com que o atleta procure instintivamente uma posição que permita o cruzamento da bola para a área sempre que ele pegar a bola.
Apesar de contar com as duas competições continentais da UEFA — a Liga dos Campeões e a Liga Europa — e alguns grandes clubes europeus e estádios internacionais, a franquia PES ainda peca por não contar com as licenças oficias dos principais campeonatos do mundo, algo que sempre foi um dos grandes trunfos da série FIFA.
La… g
Apesar das correções — acreditem foram muitas — o modo de jogo multiplayer online de Pro Evolution Soccer 2010 ainda apresenta inúmeros problemas, especialmente no que diz respeito ao lag.
Interessante, porém inútil
O Card Sytem foi uma boa ideia apresenta nessa nova edição de PES, no entanto a seleção e implementação das cartas pouco influencia dentro de jogo. Os atletas não correspondem da forma esperada e no final das contas tudo não passa de bijuteria.
Beleza interior
O jogo realmente está muito belo, sua apresentação está de alto nível, no entanto a navegação nos menus está mais complicada — especialmente no momento da organização da equipe. O que antes era natural e já familiar aos fãs da série agora está confuso e totalmente estranho.
Mudar nem sempre é bom
No final das contas sempre existem aqueles jogadores puristas que simplesmente não suportam qualquer tipo de mudança. Para esses jogadores PES 2010 é um sacrilégio, pois distancia-se significativamente de seus predecessores.
As melhorias estão evidentes e Pro Evolution Soccer 2010 mostra que a Konami está tentando procurar soluções para o “marasmo” que aflige a série. As mudanças de ritmo de jogo e a introdução de novos elementos a jogabilidade é um passo na direção certa.
No entanto nem tudo foi bem integrado e ainda há um longo caminho pela frente. Os gráficos estão bem trabalhados, porém algumas animações já mostram algum “cansaço”, sendo que o mesmo vale para o conteúdo do jogo — mesmo com alguns aprimoramentos trata-se do mesmo Winning Eleven (centrado na Master League e multiplayer local) —, sem grandes novidades.
No apito final fica a sensação de que a Konami poderia ter inovado mais, ao mesmo tempo em que se percebe o quanto a franquia se modificou para tentar alcançar os avanços da linha FIFA. Pro Evolution Soccer 2010 é a evolução natural da série e prelúdio de outras novidades que ainda estão por vir.
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