A aterrorizante franquia da Capcom está de volta ao PS2, com jogabilidade mais dinâmica e uma nova ameaça a ser detida.
Há 11 anos atrás, o primeiro Resident Evil foi lançado no Playstation. Inspirado em jogos como Sweet Home e Alone in the Dark, o game deu forma ao gênero “horror survival”, criado por estes que lhe precederam. Contando com elementos de ação, inimigos de arrepiar, como zumbis e cachorros mutantes, junto à exploração do cenário e a resolução de puzzles, o jogo conquistou seu público através do terror psicológico que impunha aos seus jogadores.
Duas sequências vieram em seguida para o Playstation e uma para o PS2, contando com a mesma fórmula e proporcional sucesso. Porém, em 2002, a Sony perdeu a série para a Nintendo, com o lançamento de Resident Evil Zero e Resident Evil (uma versão refeita do primeiro game da série) exclusivo para GameCube. Pelo que tudo indicava, sua sequência, Resident Evil 4, teria o mesmo destino.
Contudo, devido às exigências do mercado, Shinji Mikami e a Capcom finalmente concordaram em lançar Resident Evil 4 para o PS2. O resultado foi muito melhor que ambos poderiam imaginar; a versão para PS2 não deve nada à do Gamecube, contando, inclusive, com uma qualidade gráfica semelhante. Com um novo enredo e jogabilidade reformulada, Resident Evil 4 inova a franquia sem deixar de lado os elementos que tornaram-no um sucesso.
Los Illumninados
Desta vez a história de Resident Evil não está mais diretamente ligada ao incidente em Racoon City ou à Umbrella Corporation — a empresa farmacêutica responsável pelo incidente envolvendo armas biológicas, que faliu devido a uma ordem do governo americano. O trama agora se dá por conta de uma nova ameaça: uma organização desconhecida, da qual participam habitantes de um vilarejo que colocam suas vidas à disposição de Los Illuminados.
O agente norte americano Leon Kennedy (o mesmo de Resident Evil 2) é o protagonista da trama, e tem como objetivo resgatar a filha do presidente, que foi sequestrada por tal organização. Para tanto, ele viaja até um estranho vilarejo situado na Europa, onde encontra — além de muitos inimigos — antigos conhecidos como Ada Wong (também de Resident Evil 2) e Jack Krauser.
Leon conta também com a ajuda de Luis Sera, um pesquisador que investiga o caso de Los Illuminados. Ao longo do jogo, Sera ajuda Leon a descobrir como Los Illuminados passaram a controlar as mentes dos habitantes e tomaram conta do vilarejo.
O game, entretanto, está mais focado no combate do que na exploração de ambiente. Não raro o jogador se vê cercado por uma grande quantidade de inimigos em ambientes abertos, o que cria um verdadeiro clima de guerra. Apesar disso, o título não deixa a desejar ao passar ao jogador a emoção o que todos os outros jogos da franquia sempre proporcionaram: medo.
Enfrentando hordas de inimigos
Os inimigos principais em RE4 não são mais os zumbis, e sim os chamados Ganados — seres humanos controlados por parasitas —, que acabam por exigir do jogador muito mais habilidade e tornam o jogo muito mais dinâmico. Apesar de, a princípio, eles serem parecidos com os zumbis das versões anteriores, ao enfrentá-los pela primeira vez o jogador já se dá conta de que eles são muito mais rápidos e espertos. Diferente dos mortos-vivos, eles correm, usam armas e até falam — em espanhol, o que curiosamente acaba por torná-los ainda mais aterrorizantes.
O simples fato da maioria dos seus inimigos terem alguma inteligência e agilidade já torna o jogo mais rápido e com enfoque maior no combate. Uma das principais mudanças que afeta também diretamente neste aspecto é a perspectiva da câmera, desta vez sobre o ombro de Leon, e não mais em perspectiva cinemática como nas antigas versões da franquia.
Diferente das versões anteriores — nas quais há apenas a possibilidade de mirar para frente, para cima ou para baixo — em RE4 o sistema mira é livre, sendo ela auxiliada por uma mira laser — acoplada em todas as armas do jogo. Ficou muito mais fácil combater uma grande quantidade de inimigos agora, principalmente quando o jogador é cercado. Apesar disso, os produtores do game não economizaram ao colocar inimigos a sua frente. Em Resident Evil 4 você provavelmente gasta muito mais munição do que em todos os outros jogos da série juntos.
Para não ficar sem munição, porém, há a opção de combate corpo a corpo, usando chutes ou golpes com a faca. A faca agora não é selecionada no mesmo menu que as outras armas, e sim ativada ao se segurar o botão L1, permitindo assim uma dinâmica muito maior durante o combate. Quando um Ganado se aproxima, pode-se optar também em golpeá-lo usando o botão de ação.
Outra novidade interessante é os controles de contexto — comandos ditados pelo jogo para situações específicas. Se, por exemplo, um gigante persegue Leon, o jogo dita determinado comando para fazê-lo correr e, ao cair uma coluna a sua frente, determinado comando para fazê-lo desviar o obstáculo.
Ao longo do jogo, Leon encontra — nos locais mais inusitados — um estranho sujeito vendendo armas, munições, upgrades para armas, entre outros itens. Para compra-los, o jogador deve coletar dinheiro e tesouros ao longo de seu percurso, e vendê-los ao mercador. Apesar de não fazer parte do enredo, a presença deste personagem é fundamental em determinadas partes do game, porém uma pergunta fica no ar: quem é e o que faz tal sujeito no meio de um lugar infestado de criaturas horripilantes?
Clima aterrorizante
Além de contar com uma história aterrorizante, RE4 foi completamente desenhado para acelerar o ritmo do mais duro dos corações. Com seus gráficos impecáveis, o jogo possui cenários e personagens fazem da trama um verdadeiro filme de terror como há muito não é visto.
Apesar da maior capacidade do GameCube, a versão para PS2 não deve muito a este no que se trata de gráficos. Os cenários, diferente das versões para Playstation, não são pré-renderizados, possibilitando um dinamismo muito maior da câmera. Além disso, como já mencionado, a câmera agora enquadra o protagonista de forma que possibilita uma maior precisão na hora de atirar, o que, ajudado pela mira laser acoplada a grande parte das armas, proporciona uma sensação de controle nunca vista antes.
A trilha e os efeitos sonoros são bastante adequados, tornando o clima mais tenso ou mais ameno de acordo com a situação. O fato das vozes dos Ganados serem dubladas em espanhol faz com que a atmosfera do game seja ainda mais assustadora. Você, portanto, se sentirá apavorado ao ouvir um palavrão em espanhol ou, principalmente, o som de uma moto serra se aproximando, por exemplo.
Terror psicológico
Mesmo sendo o sexto jogo envolvendo a história principal da franquia, os produtores conseguiram desenvolver um enredo envolvente e aterrorizante. Apesar da ameça desta vez ficar por conta de um evento paralelo ao dos seus antecessores, a história é bastante coerente com a série.
A injeção de dinamismo dada ao game teve um resultado ótimo. A ação agora é um elemento muito mais presente no jogo, e não raro haverá situações das quais o jogador nunca imaginaria sair vivo, mas que possibilitarão tal feito. O contraste das emoções sentidas é grande; não raro a sensação de calma será subitamente interrompida por euforia e medo. Ponto positivo para o game, portanto, pois este elemento, que sempre foi um ponto forte da série, está mais acentuado que nunca.
De fato, Resident Evil 4 é diferente dos outros jogos da franquia. No entanto, não há motivo para os fãs de longa data se alarmarem, pois todos os pontos fortes do jogo foram melhorados, e não simplesmente modificados. A jogabilidade é muito boa, os novos inimigos são tão assustadores quanto os antigos e o enredo é envolvente, assim como de seus antecessores.
Duas sequências vieram em seguida para o Playstation e uma para o PS2, contando com a mesma fórmula e proporcional sucesso. Porém, em 2002, a Sony perdeu a série para a Nintendo, com o lançamento de Resident Evil Zero e Resident Evil (uma versão refeita do primeiro game da série) exclusivo para GameCube. Pelo que tudo indicava, sua sequência, Resident Evil 4, teria o mesmo destino.
Contudo, devido às exigências do mercado, Shinji Mikami e a Capcom finalmente concordaram em lançar Resident Evil 4 para o PS2. O resultado foi muito melhor que ambos poderiam imaginar; a versão para PS2 não deve nada à do Gamecube, contando, inclusive, com uma qualidade gráfica semelhante. Com um novo enredo e jogabilidade reformulada, Resident Evil 4 inova a franquia sem deixar de lado os elementos que tornaram-no um sucesso.
Los Illumninados
Desta vez a história de Resident Evil não está mais diretamente ligada ao incidente em Racoon City ou à Umbrella Corporation — a empresa farmacêutica responsável pelo incidente envolvendo armas biológicas, que faliu devido a uma ordem do governo americano. O trama agora se dá por conta de uma nova ameaça: uma organização desconhecida, da qual participam habitantes de um vilarejo que colocam suas vidas à disposição de Los Illuminados.
O agente norte americano Leon Kennedy (o mesmo de Resident Evil 2) é o protagonista da trama, e tem como objetivo resgatar a filha do presidente, que foi sequestrada por tal organização. Para tanto, ele viaja até um estranho vilarejo situado na Europa, onde encontra — além de muitos inimigos — antigos conhecidos como Ada Wong (também de Resident Evil 2) e Jack Krauser.
Leon conta também com a ajuda de Luis Sera, um pesquisador que investiga o caso de Los Illuminados. Ao longo do jogo, Sera ajuda Leon a descobrir como Los Illuminados passaram a controlar as mentes dos habitantes e tomaram conta do vilarejo.
O game, entretanto, está mais focado no combate do que na exploração de ambiente. Não raro o jogador se vê cercado por uma grande quantidade de inimigos em ambientes abertos, o que cria um verdadeiro clima de guerra. Apesar disso, o título não deixa a desejar ao passar ao jogador a emoção o que todos os outros jogos da franquia sempre proporcionaram: medo.
Enfrentando hordas de inimigos
Os inimigos principais em RE4 não são mais os zumbis, e sim os chamados Ganados — seres humanos controlados por parasitas —, que acabam por exigir do jogador muito mais habilidade e tornam o jogo muito mais dinâmico. Apesar de, a princípio, eles serem parecidos com os zumbis das versões anteriores, ao enfrentá-los pela primeira vez o jogador já se dá conta de que eles são muito mais rápidos e espertos. Diferente dos mortos-vivos, eles correm, usam armas e até falam — em espanhol, o que curiosamente acaba por torná-los ainda mais aterrorizantes.
O simples fato da maioria dos seus inimigos terem alguma inteligência e agilidade já torna o jogo mais rápido e com enfoque maior no combate. Uma das principais mudanças que afeta também diretamente neste aspecto é a perspectiva da câmera, desta vez sobre o ombro de Leon, e não mais em perspectiva cinemática como nas antigas versões da franquia.
Diferente das versões anteriores — nas quais há apenas a possibilidade de mirar para frente, para cima ou para baixo — em RE4 o sistema mira é livre, sendo ela auxiliada por uma mira laser — acoplada em todas as armas do jogo. Ficou muito mais fácil combater uma grande quantidade de inimigos agora, principalmente quando o jogador é cercado. Apesar disso, os produtores do game não economizaram ao colocar inimigos a sua frente. Em Resident Evil 4 você provavelmente gasta muito mais munição do que em todos os outros jogos da série juntos.
Para não ficar sem munição, porém, há a opção de combate corpo a corpo, usando chutes ou golpes com a faca. A faca agora não é selecionada no mesmo menu que as outras armas, e sim ativada ao se segurar o botão L1, permitindo assim uma dinâmica muito maior durante o combate. Quando um Ganado se aproxima, pode-se optar também em golpeá-lo usando o botão de ação.
Outra novidade interessante é os controles de contexto — comandos ditados pelo jogo para situações específicas. Se, por exemplo, um gigante persegue Leon, o jogo dita determinado comando para fazê-lo correr e, ao cair uma coluna a sua frente, determinado comando para fazê-lo desviar o obstáculo.
Ao longo do jogo, Leon encontra — nos locais mais inusitados — um estranho sujeito vendendo armas, munições, upgrades para armas, entre outros itens. Para compra-los, o jogador deve coletar dinheiro e tesouros ao longo de seu percurso, e vendê-los ao mercador. Apesar de não fazer parte do enredo, a presença deste personagem é fundamental em determinadas partes do game, porém uma pergunta fica no ar: quem é e o que faz tal sujeito no meio de um lugar infestado de criaturas horripilantes?
Clima aterrorizante
Além de contar com uma história aterrorizante, RE4 foi completamente desenhado para acelerar o ritmo do mais duro dos corações. Com seus gráficos impecáveis, o jogo possui cenários e personagens fazem da trama um verdadeiro filme de terror como há muito não é visto.
Apesar da maior capacidade do GameCube, a versão para PS2 não deve muito a este no que se trata de gráficos. Os cenários, diferente das versões para Playstation, não são pré-renderizados, possibilitando um dinamismo muito maior da câmera. Além disso, como já mencionado, a câmera agora enquadra o protagonista de forma que possibilita uma maior precisão na hora de atirar, o que, ajudado pela mira laser acoplada a grande parte das armas, proporciona uma sensação de controle nunca vista antes.
A trilha e os efeitos sonoros são bastante adequados, tornando o clima mais tenso ou mais ameno de acordo com a situação. O fato das vozes dos Ganados serem dubladas em espanhol faz com que a atmosfera do game seja ainda mais assustadora. Você, portanto, se sentirá apavorado ao ouvir um palavrão em espanhol ou, principalmente, o som de uma moto serra se aproximando, por exemplo.
Terror psicológico
Mesmo sendo o sexto jogo envolvendo a história principal da franquia, os produtores conseguiram desenvolver um enredo envolvente e aterrorizante. Apesar da ameça desta vez ficar por conta de um evento paralelo ao dos seus antecessores, a história é bastante coerente com a série.
A injeção de dinamismo dada ao game teve um resultado ótimo. A ação agora é um elemento muito mais presente no jogo, e não raro haverá situações das quais o jogador nunca imaginaria sair vivo, mas que possibilitarão tal feito. O contraste das emoções sentidas é grande; não raro a sensação de calma será subitamente interrompida por euforia e medo. Ponto positivo para o game, portanto, pois este elemento, que sempre foi um ponto forte da série, está mais acentuado que nunca.
De fato, Resident Evil 4 é diferente dos outros jogos da franquia. No entanto, não há motivo para os fãs de longa data se alarmarem, pois todos os pontos fortes do jogo foram melhorados, e não simplesmente modificados. A jogabilidade é muito boa, os novos inimigos são tão assustadores quanto os antigos e o enredo é envolvente, assim como de seus antecessores.
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