Falar de multiplayer e FPS no PC é falar de Battlefield. Não há como negar que a franquia da Electronic Arts elevou o gênero a um novo patamar quando lançou sua primeira iteração, em 2002. Além de introduzir um modo inédito aos jogos de tiro em primeira pessoa, BF, como é popularmente conhecido, foi um dos primeiros games a realmente dar ao jogador a sensação de estar em um campo de batalhas.
Desde o princípio, o título focava-se exclusivamente em uma experiência multiplayer, dispensando uma campanha para um só jogador. Com a chegada de Bad Company, em 2008, a Digital Illusions Creative Entertainment (também conhecida como DICE) surpreendeu a todos ao trazer para os jogadores um modo single player, com direito a uma rica história.
Em 2010, quem roubou a cena foi Battlefield Bad Company 2, que seguiu os passos do predecessor, mas mesmo assim conseguiu trazer bastante novidade. O jogo é um dos melhores exemplos para quem gosta de uma campanha sólida e muito tiroteio. Além do modo para um só jogador, você provavelmente vai passar horas e mais horas no multiplayer, que mantém o excelente nível da franquia.
O melhor de tudo é que, além de Bad Company 2, os jogadores que adquirirem o game também tem outra opção para testar suas habilidades. Isso porque a Electronic Arts resolveu lançar uma expansão completíssima para o jogo, trazendo todo o clima da guerra do Vietnã para os video games.
Essa não é a primeira vez que Battlefield aparece nessas terras, já que, em 2004 a DICE lançava Battlefield: Vietnam. Entretanto, agora temos uma engine totalmente nova, que oferece novas possibilidades, conforme conferimos no excelente Bad Company 2. E nada como um retorno a uma das melhores versões da série.
Por apenas US$ 15,00 (menos de R$ 30,00), quem tem Bad Company 2 pode desfrutar de algo que é muito mais do que uma simples adição de novos mapas e novos visuais. Vietnam muda a fórmula de jogo estabelecida por BC2 focando nos combates de curta distância, e consegue trazer, com muita fidelidade, toda a ambientação do caótico evento para os games. Confira.
Aprovado
Direto ao ponto
Bem, depois de adquirir Vietnam, tudo que você tem de fazer é acessar o jogo através do menu do próprio Battlefield Bad Company 2. Uma vez dentro do game, você pode criar um novo soldado, registrando assim suas estatísticas durante as partidas.
Depois disso, há apenas uma coisa a ser feita: partir para a pancadaria. Isso porque a interface do game é bem simples e boa parte das mudanças são dinâmicas, ocorrendo enquanto se joga. Se você já jogou qualquer um dos games da série, então não terá qualquer problema em navegar em Vietnam.
Em jogo, você logo percebe a grande diferença entre Vietnam e Bad Company 2: os combates. Sem dúvidas, esse é um dos pontos mais fortes da expansão, que consegue criar uma experiência única para quem está com BC2 em mãos.
Aqui, o campo de batalha é muito menor. Se você estava acostumado com os locais gigantescos de Bad Company 2, então é melhor começar a treinar novamente, afinal, essa é outra guerra. Nada mais cabível do que ambientes e estratégias diferentes, não é mesmo? Isso faz com que Vietnam não seja “apenas mais um pacote de mapas” de BC2, o que é realmente bem-vindo e até raro no ramo das expansões.
Como estamos tratando de um conflito diferente, que se passa há aproximadamente 40 anos antes dos eventos de Bad Company 2, temos também armas diferentes — eis um dos grandes motivos da maior mudança na fórmula do game. Em Vietnam, você não vai encontrar várias armas equipadas com lunetas e outros acessórios que facilitam, e muito, os tiros à distância, como em BC2.
Em vez disso, o jogador tem as clássicas armas dos jogos de guerra, como a M16A1 e a famosa AK-47. É claro que quem gosta de bancar o atirador de elite também tem sua opção, já que o game oferece várias snipers distintas.
À primeira vista, alguns jogadores podem até achar isso algo ruim, principalmente se estiverem bastante acostumados com as belezinhas tecnológicas de Bad Company 2. Entretanto, basta um pouco de tempo ao lado de Vietnam para perceber que temos em mãos um novo jeito de brigar nos campos de batalha — e por apenas US$ 15.
Queimando tudo!
Falando em armas, vale a pena mencionar a nova leva de ferramentas de destruição trazida por Vietnam. Quem é fã de filmes como "Apocalipse Now" e "Platoon" vai notar que a DICE caprichou no desenvolvimento do game, com um arsenal fiel. O jogador tem em mãos armas de diversos tipos, variando desde rifles automáticos, passando por pistolas e submetralhadoras, até metralhadoras e rifles de longo alcance.
Isso sem contar uma das grandes novidades do jogo: o lança-chamas. Para combinar com o clima aterrorizante dessa guerra, a DICE resolveu introduzir um lançador de chamas ao game, que cai como uma luva quando o jogador está em combates de curta distância. Ele tem um alcance baixo, mas pode ser altamente destrutivo, acabando com a vida de um ou vários inimigos em poucos segundos. Destaque para as chamas, que se comportam com fidelidade.
Vietnam traz o velho sistema de classes (com cinco diferentes) para que os jogadores escolham qual é seu posto ideal. Dentro de cada uma delas, você encontra habilidades específicas. Os médicos, por exemplo, podem reviver os companheiros caídos, enquanto os engenheiros são capazes de consertar qualquer coisa. Há também uma seleção de armas diferentes para cada uma das classes, permitindo que o jogador personalize-as de acordo com suas preferências.
Há também os Specs, que são as especialidades dos soldados. Eles são usados para dar uma leve turbinada nos atributos de seu personagem, oferecendo mais vida, munição e até proteção para os veículos. Para obtê-los, é necessário alcançar determinados níveis. Ou seja, os Specs funcionam como recompensa por todo seu esforço e deixam seu soldado ainda mais poderoso — merecidamente, é claro.
Tudo pela vitória
Vietnam traz quatro modalidades de jogo diferente, todas já existentes em Bad Company 2. São elas: "Conquest", "Rush", "Squad Rush" e "Squad Deathmatch". Quem ainda não teve a chance de conhecer cada uma delas na versão original do game não deve se preocupar.
"Conquest" é o modo clássico que consolidou a série Battlefield. Aqui, o jogador deve dominar vários pontos espalhados pelo mapa, identificados com bandeiras. A equipe que permanecer mais tempo com mais pontos dominados, vence. A disputa pelos objetivos gera conflitos completamente caóticos, que dão o ritmo frenético a Vietnam. Um dos modos mais tradicionais do game e que ainda continua divertido como sempre.
Já em "Rush" as coisas são um pouco diferentes. Temos duas equipes e uma delas deve proteger as centrais de comunicação (identificadas no game como M-Com Stations) enquanto a outro faz de tudo para destruí-las. No início das partidas desse modo, apenas uma pequena parcela do mapa pode ser acessada e os jogadores têm dois pontos objetivos. Conforme a equipe de ataque avança, o mapa vai se abrindo e novos pontos surgem.
É muito bacana notar a progressão da partida, que começa em um espaço pequeno e, no final, atinge proporções gigantescas. Esse é um dos modos mais jogados na internet e sem dúvidas fará você se divertir bastante. O trabalho em equipe é fundamental, seja quando você estiver defendendo ou atacando as bases. Squad Rush funciona de maneira semelhante ao modo supracitado. Entretanto, a modalidade traz equipes divididas também em esquadrões, batalhando para defender ou atacar as M-Com Stations.
Por último, temos o "Squad Deathmatch", que, como o nome sugere, traz uma verdadeira matança. Neste modo, os jogadores são divididos em até quatro esquadrões com quatro soldados cada e o objetivo é simplesmente matar o máximo de inimigos possível. Quem atingir 50 frags primeiro vence.
Sem dúvidas, os modos oferecem bastante diversidade, algo que é ampliado ainda mais graças à variedade de mapas. Até o momento, temos Vantage Point, Hill 137, Cao Son Temple e Phu Bai Valley entre os disponíveis. Mas, em breve, um novo cenário deve aparecer gratuitamente no game, conforme anunciou a Electronic Arts, que espera por 69 milhões de ações em time para liberar o mapa.
No clima da guerra
A atmosfera de Battlefield: Bad Company 2 Vietnam é incrível. Os mapas são muito bem detalhados, com florestas devastadas por napalm e cabanas que parecem ter sido construídas tábua por tábua. Isso sem contar o efeito do sol batendo na tela, que é realmente de ofuscar a vista — no bom sentido, é claro.
O que reforça ainda mais a fidelidade do game com o evento real são as músicas. Quem já jogou o antigo Vietnam deve se lembrar das faixas que tocavam no game, todas dos anos 60 e que tinham tudo a ver com a guerra e a cultura de época. Aqui, as coisas não são diferentes, e você vai ouvir muito Creedence Clearwater Revival e muitas outras bandas.
Além de uma trilha sonora bacana, Vietnam também traz efeitos sonoros que são como a cereja do bolo, prova da capacidade da DICE. Você escuta desde a roupa do jogador batendo nas folhagens até o ruído das granadas no ar. Em alguns momentos, seu personagem até fica surdo, e isso é representado de maneira magistral.
Reprovado
Dependente
Uma das primeiras perguntas que vieram à nossa cabeça quando estávamos jogando Vietnam era a seguinte: Por que não podemos jogar esse jogo sem precisar de Bad Company 2? Você provavelmente deve se lembrar de Battlefield 1943, um remake do clássico BF lançado para PlayStation 3 e Xbox 360 há algum tempo. O game, disponibilizado via download digital, trazia bastante conteúdo, podendo ser comparado facilmente com Vietnam.
Então, por qual razão temos que ter Bad Company 2 se quisermos jogar Vietnam, sendo que a DICE já provou que pode lançar um jogo deste porte de forma isolada? Infelizmente, parece que a Electronic Arts usou Vietnam como um artifício para impulsionar as vendas de Bad Company 2. Uma pena para nós, gamers.
Alguns problemas técnicos
Assim como Bad Company 2, Vietnam também sofre com alguns problemas técnicos. Primeiramente, alguns defeitos na concepção dos mapas podem fazer com que o jogador simplesmente fique preso em determinados locais. Além disso, o game também apresenta alguns problemas ao rastrear as estatísticas do jogador, impedindo que alguns recursos sejam desbloqueados.
Mapas originais
Battlefield: Vietnam trazia dezenas de mapas distintos, com tamanhos e estilos variados. Seria realmente interessante rever esses ambientes na nova versão do game, principalmente com a qualidade gráfica que o jogo apresenta. Quem sabe a EA disponibilize-os como DLC.
Vale a pena?
Battlefield Bad Company 2: Vietnam comprova mais uma vez a capacidade da DICE em criar belos exemplos de uma experiência multiplayer. Mesmo utilizando os mesmos modos de Bad Company 2, a expansão consegue criar uma experiência diferente, graças às limitações do arsenal da época.
Vietnam foca nos combates de curta distância, diferente da versão original, no qual as lunetas e armas de alta precisão impediam que isso acontecesse. Além disso, o título introduz uma nova arma: o lança-chamas. Temos também quatro mapas (com mais um chegando em breve) e uma atmosfera exemplar.
Uma jogada de mestre e que não deve deixar de ser conferida por quem é fã dos jogos de guerra.
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