Páginas

Banner

Contador

quarta-feira, 5 de maio de 2010

DLC's-Outra História!

DLCs: meros pacotes de extras ou verdadeiras extensões dos games?
Você está jogando um game de tiros contextualizado em uma determinada época e espera ansiosamente para colocar as mãos em uma arma específica. Só que essa arma nunca aparece. Motivo? Simples: ela não foi programada pelos desenvolvedores e não consta no jogo.
Com isso, vem a decepção... Mas sempre existe a chance de enviar emails à empresa responsável ou comentar sobre o infortúnio nos fóruns oficiais do título em questão. E, quanto maior o número de pessoas que reclamam a respeito de um problema comum, maior o impacto.
Atualmente, o "feedback" dos jogadores é muito mais valorizado, pois há maneiras de consertar certos problemas mesmo depois do lançamento de um jogo completo. O assunto, aqui, não é pacotes de correções (patches), mas sim os conjuntos de extras que muitas vezes satisfazem os desejos mais íntimos de alguns jogadores com relação a determinados games.

DLC

A famosa sigla dos extras


DLC é um termo bastante expressivo quando o assunto é disponibilização de conteúdos adicionais através de uma rede online. A sigla significa Downloadable Content — conteúdo "downloadeável" — e ilustra os pacotes de extras que são liberados para os jogadores apenas pelas redes online dos consoles e dos computadores. Há casos, é claro, nos quais os DLCs também são agrupados com o título original e distribuídos na forma de discos físicos, como ocorre em Resident Evil 5: Gold Edition.
Vale lembrar que canais de distribuição via internet estão ficando cada vez mais ratificados como os meios mais acessíveis de compra não só de DLCs, mas de jogos completos, filmes e outros conteúdos. É difícil negar que o "entretenimento digital" está evoluindo de uma forma assustadora. Por isso que a maneira ideal de liberar extras de um jogo é através da web.
Em certos casos, os conjuntos de conteúdos adicionais chegam a apresentar tamanhos tão absurdos que são considerados por várias pessoas como verdadeiros pacotes de expansão. Quer um exemplo? Que tal The Taxidermist, de Heavy Rain? Trata-se, na realidade, de uma expansão disponibilizada como um DLC, pois apresenta muitas novidades e cobre um capítulo da Heavy Rain Chronicles. Mesmo curta (cerca de 20 minutos), essa trama conta com cinco finais diferentes.
Muitas companhias fazem questão de "cortar" partes do jogo final para liberá-las em tempos futuros na forma de DLCs. Até mesmo jogos que não costumam receber extras são abalroados pelos críticos. God of War 3 foi recentemente discutido pela mídia nesse sentido, pois o produtor Steve Caterson afirmou que os desenvolvedores da terceira saga de Kratos cortaram o epílogo do game existe a possibilidade de que nós o conheçamos em breve.
Mantendo o charme
É crucial que os DLCs apresentem uma ligação íntima com o game original. Por mais diversas que sejam as novidades apresentadas, não pode haver nenhuma sombra de dúvidas quanto à ligação dos extras com a fórmula inicial. É extremamente chato gastar dinheiro com conteúdos adicionais que não têm nada a ver com o jogo supostamente relacionado a eles.
Pior ainda é queimar grana — virtualmente, no caso — com bônus que não adicionam quase nada à experiência. Ao fazer a compra de um DLC, o gamer deve sempre estar ciente dos conteúdos do pacote para não se decepcionar com os novos itens, seja em quantidade ou em, digamos, "intensidade". Por menores que sejam os gastos, são gastos.
Quando o gasto vira um "investimento", é uma beleza conferir as novidades criadas pelos desenvolvedores. É o caso de Episodes of Liberty City, um título que agrupa dois DLCs (The Lost and Damned e The Ballad of Gay Tony) e pode ser jogado separadamente de Grand Theft Auto IV. US$ 39,99 (aproximadamente R$ 69,32 na taxa de câmbio atual) a menos no bolso, mas muita diversão pela frente.

Por outro lado...

Investimento lucrativo ou não?


De uma perspectiva menos consumidora, a história muda. Observando os DLCs pelo lado das desenvolvedoras e distribuidoras, há muitos fatores que devem ser considerados. Será que realmente vale a pena oferecer novos itens, modos de jogo, extras em geral para os fãs de um game? A relação custo/benefício, certas vezes, não compensa.
Tudo bem que, como mencionado acima, há ocasiões em que os extras já estão prontos, pois não passam de seções cortadas do game original. Criar novidades? Sem problemas. Agora, encaixá-las perfeitamente no contexto do jogo sem criar novos problemas não é uma tarefa fácil. Bugs diversos sempre consistiram em um dos principais inimigos das desenvolvedoras, não é mesmo?
Quando o assunto é uma série um game de peso ("blockbuster"), fica mais fácil divulgar extras atraentes e convidar os fãs a conhecerem as novidades. Apenas alguns itens ou novos modos de jogo desafiadores? Tanto faz, pois o sucesso do título original já foi estabelecido anteriormente e não é preciso depender de DLCs para fazer uma maior divulgação do nome.
Nomes de sucesso prolongado
Guitar Hero, Rock Band... Franquias musicais normalmente oferecem extras — normalmente na forma de novas faixas de artistas famosos — por muito tempo. Semanalmente, o pessoal da Harmonix oferece desafios diversificados na forma de músicas variadas para quem já dominou praticamente todas as trilhas originais dos jogos rítmicos.
A dupla Mass Effect 2 e Cerberus Network também é um ótimo exemplo. O código de acesso à Cerberus Network vem junto com a cópia do game — digital ou física — e, uma vez que o jogador registra o número dentro do jogo, atualizações aparecem gratuitamente para os gamers. Interessante, não?
Enquanto isso, Kasumi's Stolen Memory custa 560 Microsoft Points (560 BioWare Points no PC), o conjunto Alternate Appearance Pack custa 160 Microsoft Points (160 BioWare Points no PC) e os pacotes Squad Picture Pack 1 e 2 (exclusivos para Xbox 360) custam 80 Microsoft Points cada um. Se você procura novidades sobre o segundo Mass Effect, faça sua escolha.
Curiosamente, Cross Edge é um título que não foi tão bem recebido pelos críticos e por boa parte dos fãs de RPG, mas a quantidade de itens adicionais é impressionante. Diversos pacotes de itens (custando US$ 3 — cerca de R$ 5,20 — cada um) podem ser adquiridos por aqueles que aprovaram o trabalho da NIS America. Dá para entender?
Uma vez que as ideias a respeito de recursos extras para um jogo famoso comecem a crescer "descontroladamente", surge uma nova possibilidade: mais um jogo. Só que, nesse caso, os desenvolvedores devem saber como trabalhar as ideias de uma maneira única com o propósito de diferenciar satisfatoriamente o novo título do(s) outro(s) da série.

Em geral, bem-vindos

Sempre opcionais, felizmente


Ratificando: é fundamental que as empresas saibam caprichar tanto na qualidade dos extras quanto nos preços de distribuição dos pacotes. Poucos itens e nenhuma adição significativa? Então preços baixos, por favor. Mas se surgem novos modos de jogo ou extras que realmente adicionem desafios surpreendentes à fórmula já conhecida, o valor financeiro aumenta.
De qualquer maneira, a palavra diz tudo: extra. Portanto, não é necessário se estressar e correr atrás dos DLCs para obter diversão. Basta adquirir o jogo original, que, em teoria, é o suficiente. Só que, retomando o pensamento inicial, é importante buscar conteúdos adicionais se você sentiu falta de "alguma coisa" durante a experiência. Um pequeno aviso: mesmo em DLCs já liberados, há a chance de que os desenvolvedores não tenham disponibilizado a "coisa" da qual você sentiu falta.
Os extras estão cada vez mais amplos e atraentes, conforme mostram as últimas notícias sobre games. Assim, as companhias acabam atiçando as pessoas, sendo que o jogador que não se satisfaz inteiramente com o jogo tem a opção de enviar algum dinheiro às empresas responsáveis pelo título e se divertir por mais tempo ou... Se contentar com o conteúdo original.
Títulos que possuem DLCs? Centenas. Além dos citados acima, os seguintes games modernos contam com bônus disponíveis via download (muitos ainda não lançados):
Enfim, a lista é longa.
O futuro
Não há como saber, obviamente, como será o futuro dos DLCs. Mas opiniões de grandes figuras no mundo dos games mostram que existem tendências alternativas para a distribuição de extras. Em entrevista ao site GamesIndustry.biz, o presidente da Epic fez algumas previsões interessantes.
Michael Capps acredita que os extras do futuro poderão ser encaminhados a consumidores que alugam títulos ou compram jogos usados. Capps afirmou que a principal revendedora de games da Epic tem um maior lucro no mercado de "segunda mão".
Assim, o presidente da desenvolvedora de Gears of War diz que certos desenvolvedores estão pensando em cobrar US$ 20 de quem compra um jogo usado para que esses consumidores "desbloqueiem" o game completo. O título seria reduzido a uma versão demonstrativa se o desbloqueio não fosse efetivado. Os DLCs, nesse caso, seriam obrigatórios para aqueles que não querem apenas uma demo.
Mas essa é apenas uma possibilidade que foca o mercado de jogos usados e alugados. Somente o tempo vai dizer como os extras serão distribuídos e quais os novos tipos de conteúdos adicionais que os desenvolvedores criarão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário